5 de nov. de 2010

Parte pequena de um maior pensamento






Para físicos o movimento, as interações entre as matérias físicas, por vezes abstratas para alguns observadores, é uma ciência exata, assim como a matemática que não possui divergências em seus resultados, dando respostas cada vez mais concretas aos fenômenos newtonianos, gaussianos, keplerianos e a todos esses marcianos terrestres.
Para químicos as interações vão ao plano de moléculas e átomos, tão mais abstratas que os anteriores, por serem peças pequenas que podem e são engolidas, interações que não passam de físicas, mas são chamadas de químicas pelos químicos.
Para biólogos as relações físicas e químicas se acoplam para o entendimento da vida, para mim muito mais abstrato que os demais. Mais difícil de compreender partículas invisíveis é tentar compreender o que temos como mais extenso e mais, que nós participamos como a peça. Nós somos uma das peças.
Não é como a física ou a química, podemos usar caixas, projéteis, bolinhas empiricamente. Agora, como testar a vida? Somos 6,5 bilhões de pecinhas pulsantes, pensantes, psicologicamente ativos, criando, destruindo, formando, progredindo, nascendo, morrendo, entrando e saindo de ciclos cada vez mais complexos, organizando-se.
Tentamos entender o que somos o que fomos o que seremos em forma sociológica, acoplada ao meio. Mas em todas as ciências existem exceções, quais seriam as da biologia no plano da nossa sociedade? Somos biologicamente iguais, mas temos um diferencial quanto aos outros seres vivos, cada um de nós tem um jeito, um pensamento, uma forma diferente de lidar com tudo a nossa volta, então somos um grupo de exceções, somos diferentes em alma, por muito sentir.
E por muito sentir e não entender o que é sentir deixamos de lado as coisas simples pensando que as coisas simples são complexas e as complexas simples, ou necessárias. Nesse ponto os nossos pensamentos, nossas vontades, nossas virtudes acabam se tornando coisas complexas e as vezes, aquilo que anteriormente rejeitamos, passa a ser simplicidade.
Ao separar cada ser, cada coisa, cada fenômeno, estamos separando um ato maior, que funciona a partir de todas as ciências existentes e até as não cientificas, a vida. A vida está em cada um de nós sim, nas moléculas, nos átomos, nas interações e nos movimentos, mas isso não é a vida em si, pois ela está em muitos outros ramos, muitas outras partes.
Vida pode ser sujeito, predicado, objeto direto e indireto, vida pode ser interação química, física, biológica. Não sabemos nem onde começa nem onde termina, mas a existência é um fato. A vida faz a existência, e a existência faz cada um de nós sermos o que somos.

Zen e a Arte da Manutenção de Motocicletas

Hoje meu livro chegou. Finalmente.
Não é um livro novo, já faz alguns anos que o tenho, entretanto ele estava perdido aí por Minas Gerais. Não desisti de encontrá-lo, e hoje ele chegou por SEDEX até a minha porta. É meu favorito. Foi um calmante natural pegá-lo novamente saber que a história do livro que eu mais gosto voltou para mim. É bom estar de volta.

"Evidentemente as aflições nunca acabam. Enquanto estivermos vivos, estaremos fadados a padecer a infelicidade e o sofrimento, mas tenho agora um sentimento que não tinha antes e que não está apenas na superfície das coisas, mas penetra até o fundo: vencemos. Agora, tudo vai melhorar. Dá para sentir essas coisas."

Zen e a Arte da Manutenção de Motocicletas - Uma investigação sobre os valores
Robert M. Pirsig