9 de jan. de 2012

Faz tempo que não passo por aqui. ;)

Acho que o que estou fazendo é só uma maneira de escapar de uma leitura desagradável, mas muito emocionante, chamada "Outra volta do parafuso" de Henry James. Não, não estou reclamando do livro, é um clássico e é ótimo! Mas podemos dizer que eu tenho muito medo de fantasmas que é o foco do texto, o que faz com que a leitura seja perturbadora huaha, mas não é isso que um livro deve causar nas pessoas?

Assisti esses dias aquele filme do Pedro Almodóvar "A pele que habito", meu deus, mais perturbador que aquilo não existe! Recomendo!
Outro filme que também está nos melhores cinemas é "Um conto chinês" ótimo para dar risadas.

Eu volto outro dia, ou quem sabe daqui a pouco mesmo, com algo melhor para dizer... talvez..

:)

11 de jun. de 2011

embriaga-se no tempo,
perde-se na emoção de cada dia;
estando apenas a sós de si mesmo
esperando renascer as esperanças
de um dia ser apenas
ser.

Ser noturno
e diário,
diário empírico das emoções
que outrora testadas
foram marcadas
a ferro e brasa
na alma de quem os cerca.

Sou alma marcada pelo tempo,
e hoje o que sou
já não condiz com o que tenho
Tenho esperanças do que não fui
e futuro do que não sou.

Sou apenas
Ser.

1 de abr. de 2011

Difusão

Perdemos a essência
de sermos apenas nós.

Ao meio passo, descalço, cabisbaixo mas cheio de si.
Cheio de algo tóxico, ou não?
A efemeridade levou-o para longe, e para longe, eu também fui.

Vi outros campos, mares, praias, luas.
O que vistes?

Talvez dor, fúria, sangue em ruas.

Mas ainda caminha pela praia sozinho, e a água gelada que derrete em seus
pés traz uma sensação de pureza ilusória.
Ilusória?

Tudo não passa de pintura a tinta óleo.
Tudo não passa de passado,

difuso.

4 de mar. de 2011

A Priori

Agora as percepções foram mudadas. A gente cresce e desaparece em um emaranhado de sensações tão díficeis de descrever que quase perdemos a consciência. Os tormentos de outrora se tornaram pequenos diante de tamanho acontecimento. Estava só. Acostumado a perceber tudo como se um guia estivesse auxiliando em seus pensamentos, atos e palavras seu coração entrou em um derradeiro martírio e não sabia como voltar. Mas como não sabe? Perguntou-se. Passastes por isso infinitas vezes e não aprendestes as regras?
Na verdade não existem regras, cada caso é diferente, e a dor da gente é a mesma mas com gosto de pior. E adianta dizer ao coração? Esse se retorce dentro do peito, comprime-se até não querer mais estar ali.
"Sentes a falta de um companheiro, amigo?"
"É que antes eu estava tão cheio, tão cheio de esperanças e alegria, tudo se foi como se um pequeno alfinete entrasse por minhas veias e artérias, rasgando meu pericárdio, e como um balão, agora estou assim, murcho, triste."
"Lembre-se amigo, a vida continua"
"Continua para os que estão vivos e cheios como eu era antes, agora, estou em um descanso eterno, abandonado estou, dentro do peito"
E consumindo-se assim ele vai, até onde, ninguém sabe, não há remédio para a dor de um coração partido, murcho, sem querer viver.
E assim ele vai sem ter rumo ou direção, não se importando com as outras dores que no caminho encontrará, somente tentando recuperar aquilo que ainda lhe pertence, mas que está tão escondido que nem ele pode ver ou sentir.

Amor Próprio.

20 de dez. de 2010

Monólogo do Tempo


Antes escrevia cartas que chegavam pelo correio, hoje chegam por e-mail. Mandava flores por mim mesmo, agora tenho entregador. Dizia juras de amor ao pé do ouvido, telefone, é meu esconderijo. Dava bom dia, boa tarde e boa noite para qualquer desconhecido. Nunca precisei de mediadores, e agora por algum motivo totalmente desconhecido por mim faço todas essas coisas ao contrário. Tudo tão perto e distante. Não há mais paciência... paciência...
Acho que perdi a paciência para a própria paciência há algum tempo...
talvez...
Meio atordoado estou, talvez... É que é tão complicado entender porque as relações se tornam tão... superficiais, e ainda assim causam algum tipo de abalo sísmico no peito. Ainda prefiro as noites com luar, ainda prefiro cartas de amor, ainda prefiro afagos com toques, reais.
Romântico demais? Acho que não.
Talvez seja isso que as pessoas necessitam.
Eu sei que eu estou passando, e cada vez mais rápido, por cabos e mais cabos, de vários tamanhos e formatos, e as vezes até sem os
próprios cabos!
Eu estou passando... E as pessoas estão esquecendo...
esquecendo que mais importante que a velocidade é o que se deixa comigo. E já não me deixam mais nada que se possa suspirar, só o cansaço de sempre ter que correr. Eu queria poder parar de novo para refletir, descansar, tirar os sapatos e me deitar. As vezes só aproveitar o que deixam escrito em mim, mas é tanto trabalho... tanta corrida...

Eu estou ficando sem tempo.

5 de nov. de 2010

Parte pequena de um maior pensamento






Para físicos o movimento, as interações entre as matérias físicas, por vezes abstratas para alguns observadores, é uma ciência exata, assim como a matemática que não possui divergências em seus resultados, dando respostas cada vez mais concretas aos fenômenos newtonianos, gaussianos, keplerianos e a todos esses marcianos terrestres.
Para químicos as interações vão ao plano de moléculas e átomos, tão mais abstratas que os anteriores, por serem peças pequenas que podem e são engolidas, interações que não passam de físicas, mas são chamadas de químicas pelos químicos.
Para biólogos as relações físicas e químicas se acoplam para o entendimento da vida, para mim muito mais abstrato que os demais. Mais difícil de compreender partículas invisíveis é tentar compreender o que temos como mais extenso e mais, que nós participamos como a peça. Nós somos uma das peças.
Não é como a física ou a química, podemos usar caixas, projéteis, bolinhas empiricamente. Agora, como testar a vida? Somos 6,5 bilhões de pecinhas pulsantes, pensantes, psicologicamente ativos, criando, destruindo, formando, progredindo, nascendo, morrendo, entrando e saindo de ciclos cada vez mais complexos, organizando-se.
Tentamos entender o que somos o que fomos o que seremos em forma sociológica, acoplada ao meio. Mas em todas as ciências existem exceções, quais seriam as da biologia no plano da nossa sociedade? Somos biologicamente iguais, mas temos um diferencial quanto aos outros seres vivos, cada um de nós tem um jeito, um pensamento, uma forma diferente de lidar com tudo a nossa volta, então somos um grupo de exceções, somos diferentes em alma, por muito sentir.
E por muito sentir e não entender o que é sentir deixamos de lado as coisas simples pensando que as coisas simples são complexas e as complexas simples, ou necessárias. Nesse ponto os nossos pensamentos, nossas vontades, nossas virtudes acabam se tornando coisas complexas e as vezes, aquilo que anteriormente rejeitamos, passa a ser simplicidade.
Ao separar cada ser, cada coisa, cada fenômeno, estamos separando um ato maior, que funciona a partir de todas as ciências existentes e até as não cientificas, a vida. A vida está em cada um de nós sim, nas moléculas, nos átomos, nas interações e nos movimentos, mas isso não é a vida em si, pois ela está em muitos outros ramos, muitas outras partes.
Vida pode ser sujeito, predicado, objeto direto e indireto, vida pode ser interação química, física, biológica. Não sabemos nem onde começa nem onde termina, mas a existência é um fato. A vida faz a existência, e a existência faz cada um de nós sermos o que somos.