4 de mar. de 2011

A Priori

Agora as percepções foram mudadas. A gente cresce e desaparece em um emaranhado de sensações tão díficeis de descrever que quase perdemos a consciência. Os tormentos de outrora se tornaram pequenos diante de tamanho acontecimento. Estava só. Acostumado a perceber tudo como se um guia estivesse auxiliando em seus pensamentos, atos e palavras seu coração entrou em um derradeiro martírio e não sabia como voltar. Mas como não sabe? Perguntou-se. Passastes por isso infinitas vezes e não aprendestes as regras?
Na verdade não existem regras, cada caso é diferente, e a dor da gente é a mesma mas com gosto de pior. E adianta dizer ao coração? Esse se retorce dentro do peito, comprime-se até não querer mais estar ali.
"Sentes a falta de um companheiro, amigo?"
"É que antes eu estava tão cheio, tão cheio de esperanças e alegria, tudo se foi como se um pequeno alfinete entrasse por minhas veias e artérias, rasgando meu pericárdio, e como um balão, agora estou assim, murcho, triste."
"Lembre-se amigo, a vida continua"
"Continua para os que estão vivos e cheios como eu era antes, agora, estou em um descanso eterno, abandonado estou, dentro do peito"
E consumindo-se assim ele vai, até onde, ninguém sabe, não há remédio para a dor de um coração partido, murcho, sem querer viver.
E assim ele vai sem ter rumo ou direção, não se importando com as outras dores que no caminho encontrará, somente tentando recuperar aquilo que ainda lhe pertence, mas que está tão escondido que nem ele pode ver ou sentir.

Amor Próprio.

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